Setembro Amarelo é mais do que uma campanha de conscientização. É um convite para quebrar o silêncio em torno de um tema cercado de estigma: a prevenção do suicídio. Criada em 2015, inspirada pelo Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio (10 de setembro), a campanha busca abrir espaço para conversas que salvam vidas.
Falar sobre sofrimento psicológico ainda é um tabu. Muitas pessoas acreditam que é melhor esconder a dor, enquanto outras têm medo de serem julgadas se compartilharem seus sentimentos. O Setembro Amarelo existe para mudar essa realidade.
A realidade brasileira
O Brasil registra cerca de 14 mil mortes por suicídio todos os anos – em média, 38 pessoas por dia. Entre 2010 e 2019, houve um aumento de 43% nos registros, com destaque para as regiões Sul e Centro-Oeste, que concentram as maiores taxas.
A situação é ainda mais preocupante entre adolescentes e jovens, faixa etária que apresentou crescimento acelerado nos índices nos últimos anos.
O Brasil registra cerca de 14 mil mortes por suicídio todos os anos – em média, 38 pessoas por dia. Entre 2010 e 2019, houve um aumento de 43% nos registros, com destaque para as regiões Sul e Centro-Oeste, que concentram as maiores taxas.
A situação é ainda mais preocupante entre adolescentes e jovens, faixa etária que apresentou crescimento acelerado nos índices nos últimos anos.
Esses números mostram que precisamos de mais do que uma campanha: precisamos de ações contínuas e integradas em saúde mental.
O impacto do Setembro Amarelo
A campanha trouxe avanços importantes, como maior visibilidade para o tema e o aumento de buscas por informação. Porém, estudos mostram que as taxas de suicídio ainda continuam crescendo, o que reforça a necessidade de ir além da conscientização.
Outro ponto delicado é que, em algumas regiões, há um aumento nas notificações de tentativas de suicídio em setembro. Isso indica que o tema, quando não tratado de forma responsável, pode gerar efeitos colaterais. Por isso, é fundamental que a comunicação seja clara, acolhedora e baseada em orientações seguras.
Caminhos possíveis
O combate ao suicídio passa por múltiplas frentes, e algumas delas podem ser fortalecidas por instituições, profissionais e pela própria comunidade.
1. Educação e informação
Compartilhar sinais de alerta como mudanças bruscas de comportamento, isolamento, fala recorrente sobre desesperança, alterações de sono e apetite. Quanto mais cedo esses sinais são reconhecidos, mais rápido o apoio pode ser oferecido.
2. Acolhimento acessível
Ampliar o acesso a atendimentos psicológicos, rodas de conversa e grupos de escuta. É essencial que o cuidado não seja um privilégio de poucos.
3. Responsabilidade na mídia
Divulgar histórias de superação, esperança e recursos de ajuda. A forma como falamos sobre suicídio pode abrir caminhos de vida ou aprofundar feridas.
4. Pósvenção
Oferecer suporte às famílias e amigos que perderam alguém por suicídio. Esse cuidado reduz o risco de novos casos e ajuda a reconstruir redes de apoio.
5. Políticas públicas
Defender iniciativas que ampliem a cobertura de saúde mental no SUS e incentivem campanhas regionais contínuas, não apenas em setembro.
Falar é sempre o primeiro passo
Mesmo com dados preocupantes, é fundamental reforçar: falar salva vidas. Quando uma pessoa encontra alguém disposto a escutar sem julgamento, ela descobre que não está sozinha e que existem caminhos possíveis.
Setembro Amarelo não é apenas sobre números, é sobre pessoas. É sobre abrir espaço para que cada voz em sofrimento seja ouvida, acolhida e acompanhada.
Setembro Amarelo não é apenas sobre números, é sobre pessoas. É sobre abrir espaço para que cada voz em sofrimento seja ouvida, acolhida e acompanhada.
Referências: